segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Casa 2 - O que é importante para nossa segurança?

Casa 2
Associada ao signo de Touro
Casa natural de Vênus.
Princípio: Primeira casa do Elemento Terra do Horóscopo
Conceito Geral: Recursos Pessoais
Conceitos Localizados: Posses, dinheiro, crédito, moedas, terras, máquinas, instrumentos de trabalho, talentos naturais, busca de estabilidade, pontos vulneráveis.

     Essa é a primeira casa do elemento terra do horóscopo. Portanto, é ela a nossa primeira abordagem material em relação ao mundo, antes mesmo da percepção racional. Essa casa então dirá respeito ao modo  fundamental como fugimos da instabilidade e procuramos algo sólido e estável no mundo. Esse algo nos agrada, nos atrai. Sentimos-nos com ele como se a vida pudesse parecer calmo, algo retilíneo e constante. Assim, essa casa traça aquilo que nos faz perceber o mundo como um lugar em que somos capazes de andar com alguma segurança. 

       A criança nesta fase está aprendendo a pedir alimento, a sentir prazer oral e aos poucos está aprendendo a se apoiar nas coisas para começar os seus primeiros passos em pé. Ela precisa sentir a solidez da parede e do berço para sabe que é através deles que ela vai se orientar no mundo. 

       De alguma forma bem primordial esta casa é uma casa de orientação no mundo. Na ausência do elemento que ela designa, sentimo-nos originariamente desorientados. O corpo é dado com o ascendente. 

        Mas, as possibilidades do corpo são dadas com a casa 2. As forças latentes do corpo e da mente estão na casa 2.  Por isso, é ela a casa dos talentos natos, das habilidades para ganhar dinheiro. Mas como lidamos com a aquilo que o mundo  oferece a nós na forma de recurso? Como eu me aproprio das coisas? O que está envolvido no ato de se apropriar? A casa 2 mostra tudo isso. 


      

     Então, por ser uma casa de terra, é ela o impacto  ou expressão da casa 1 no mundo. É ela a casa do desejo, pois é associada ao signo do desejo, que é touro. O desejo traça quilo que nos é importante e aquilo que nos é desnecessário. Portanto, é também a casa dos valores. Essa casa traça quilo que nos dá a sensação de estabilidade, de conforto, de segurança, de ''chão''. Por isso, ele descreve o nosso ponto vulnerável, que, uma vez deslocado, nos sentimos como que ''caindo em um precipício''. 







         Enquanto a casa 1 está vinculada ao caráter geral, a casa dois está relacionada não propriamente à estrutura do corpo, mas a sua funcionalidade. É importante aqui entender o corpo de uma forma mais ampla e não meramente no sentido orgânico, isto é, se faz necessário percebê-lo como um conjunto biopsíquico de potência e eficiência.





quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A Casa Ascendente ou a Casa 1

                                                                

Princípio: primeira casa do Elemento Fogo do Horóscopo
Conceito Geral: Expressão Primeira
Conceitos Localizados: Personalidade, aparência, corpo físico, tendências do caráter, nascimento, primeiras abordagens, mecanismo de sobrevivência, saúde de nascença, ponto de vista geral sobre o mundo,  modelo de comportamento, modelo de ação (mas esses modelos não são modelos ideais e sim ''dados'' já ao indivíduo e através do qual ele age no mundo), projeto de vida, o ''como'' do propósito do signo solar.


     Essa casa é a primeira casa de fogo do horóscopo. Portanto, designa nossa manifestação primária, nosso desafio fundamental, nossa direção nesta vida. A casa 1 do mapa possui significados amplos. É uma das casas mais importantes do mapa. Da rede de significados desta casa, podemos dizer que se trata de: Identidade em ação, senso de individualidade, aparência, corpo físico, maneira característica como o ser humano enfrenta o seu mundo circundante, a arma fundamental pelo qual luta ou se defende, instinto de conservação, pensamentos e sentimentos mais significativos da vida, força expelida para se sobrepor ao caos do mundo, egolatria; é a aparência que pode nos escravizar. ‘‘Fiat Lux’’ significa: faça-se a luz. E é isso mesmo que a casa 1 significa, isto é, o esforço primário de sair do caos para a ordem. Por isso, é o carneiro do sacrifício, é Marte, é o aríete, é a espada que se levanta para lutar no escuro. Podemos dizer que é um ‘‘ser-que-assume-uma-imagem’’ no mundo.

     É mistério do Cristo na encarnado, e da queda do Homem na matéria. É uma representação daquilo pelo qual gostaríamos de ser conhecidos. Por ser uma casa de liberação de energia, é uma casa muito forte, cardinal, e todo  o planeta que ali se encontra irradia com muita ênfase a sua vibração fundamental,  aponto de se fazer visível até no corpo. Como representa o lado visível, representa então a influência da natureza sobre nós. Podemos então ser escravos dessa força ou ser conscientemente o seu senhor. 

       Portanto, em seu aspecto superior, representa o Mago no tarô, ordenando os 4 elementos em uma mesa. Ele saiu do louco, o arcano 0, o caos puro, e se dirige para o seio da mãe natureza representada pela próxima carta, a sacerdotisa. Representa o número 1, o falo, e, portanto, a energia criadora de nós mesmo. É esotericamente o nosso aparelho de trabalho no mundo. O Sol representa o propósito, a missão, enquanto o ascendente mostra o ‘‘como’’ esse propósito seria realizado. Por isso simboliza o método, o caminho, a forma que a luz assume na matéria.  ''Eu Sou (Sol) o Caminho (Ascendente)'', diz o Mestre. ‘‘Façamos o homem a nossa imagem e semelhança’’: é Deus convidando o Homem a construir a ele mesmo. Assim, simboliza nosso veículo do espírito. É, fenomenologicamente falando, nosso ‘‘ser-nome’’, inautêntico, genérico, decodificado, categorizado e encaixado numa rede de sentido dada pelo mundo. É nosso ‘‘carimbo’’ do mundo.




As casas astrológicas e o simbolismo universal

                     Uma proposta: Fenomenologia da Astrologia

       As casas astrológicas são setores de nossas vidas representadas dentro do rico e sacro acervo simbólico da arte milenar chamada astrologia. Não abordarei profundamente a fenomenologia dentro de astrologia: este é um trabalho para o futuro. Pretendo trazer o modo de reflexão inaugurado por Edmund Husserl, chamado Fenomenologia, para o fenômeno básico das casas astrológicas horóscopo. Penso que um trabalho sério nesta direção ainda está faltando em nossa língua. 

           A fenomenologia é um modo de descrição dos fenômenos que visa recuperar a essência. Para isso, ela utiliza a redução eidética, que nada mais é do que uma suspensão do modo natural de consideração dos objetos e o levantamento do fenômeno tal como ele aparece à consciência. Por isso, mesmo com meu escasso conhecimento dos pormenores da reflexões de Husserl, vou tentar apresentar aqui o simbolismo astrológico, polissêmico por natureza, do ponto de vista que já existe na literatura astrológica e do ponto de vista da consciência em situação no mundo, incluindo o ato originário de doação de significado. Mas isso, repito, é um trabalho ainda iniciante. Preciso de mais leituras acerca do método fenomenológico.


           O Significado das Casas: o que é necessário saber


     Para uma boa compreensão do significado das casas astrológicas será necessário uma boa capacidade de julgar, pois aqui se presume que se possa fazer uma boa subsunção do particular a um universal que é por natureza flexível e polissêmico. O universal é dado, mas não é determinado. Por isso, que a astrologia é um campo simbólico, e aqui tratamos de simbolismo. É também arte, na medida em que é a Arte da interpretação, pois não existe regra fixa para a interpretação.


                                 Os quatro elementos


    Tenho uma hipótese sobre o simbolismo dos quatro elementos:

* A Água representa a vida e os mistérios da Natureza Invisível, alcançada pelo êxtase.

* O Fogo representa o amor e as aspirações humanas

* O Ar representa a interação do Homem com a Natureza e com os outros homens.

*E a Terra representa a natureza visível e suas leis.

                              As casas astrológicas

          As casas astrológicas são tradicionalmente conhecidas como sendo os ''setores'' de nossa vida. Porém, gostaríamos de aprofundar melhor esse conceito, dizendo que, na verdade, as casas astrológicas são conceitos gerais sobre os atributos e formas de atuação da personalidade no mundo. Esse conceitos gerais, por sua vez, permitem outros tantos conceitos localizados. Por exemplo, a casa 3 é a nossa forma de comunicação (conceito geral) e também nossa habilidade para o comércio (conceito localizado, estritamente ligado ao ato geral de se comunicar). Esses conceitos gerais repousam sobre princípios. Por exemplo, o princípio da casa 3 é ser a primeira casa do elemento ar do horóscopo. Os princípios nortearão o desdobramento do conceito geral para os conceitos localizados (aquilo que Kant chamaria de Conceitos Puros e Conceitos Empíricos), e assim teremos a rede de significados de uma casa astrológica. Recapitulando, temos, para a extensão da rede de significados de uma casa astrológicas:

Princípios Gerais - Conceitos Gerais - Conceitos Localizados.

Divisão das casas em Três Momentos

      Se prestarmos bem atenção ao desenrolar sequencial das casas astrológicas, veremos, sem dificuldades, que se trata do desenvolvimento do ser humano no mundo. Seguindo o princípio trino de ''Deus, Homem e Natureza', podemos dividir as casas em casas em Pré-Pessoais, Subjetivas e  Transpessoais, isto é, onde o princípio é o Ser, o Sujeito e o Objeto. Na Cabala, mais particularmente do Sepher Jetziráh, é aquele verso que fala: Eu Sou o Nome, Oque Nomeia e Aquilo que é Nomeado. Vejamos:
* Da casa 1 até a casa 4 temos tudo aquilo que já é dado antes de nosso livre assentimento. É o ser. São as condições da vida e da psique. Portanto, podem ser ser chamadas de casas condicionais.
* Da casa 5 até a casa 8 temos tudo aquilo que nós fazemos de nossas condições, isto é, que agora mediamos a partir de nós mesmos. É o Sujeito. Por existir a participação do Sujeito como Criador, e não como produto como acontecia nas casas anteriores, podemos chamar essas casas de casas Subjetivas.
* Da casa 9 até a casa 12 temos tudo aquilo que implica a sociedade. Seria o produto de nossa relação com o mundo e o impacto que isso tem para os demais.  É o objeto ou o objetivo. Aqui nos sentimos integrados e interligados com uma rede maior que é a humanidade e às vezes até mesmo com toda a criação


                         Divisão das Casas em 4 momentos

Casas de Fogo - Delineia como a Luz Interior é primeiramente expressa. Primeiramente é na forma de irradiação (casa 1), depois na forma de criação (casa 5) e por último na forma de aspiração (casa 9)
Casas de Ar - Delineia como nós interagimos com os outros. É interessantíssimo notar como as três casas de Ar podem ser resumida no nome dos três graus simbólicos da Maçonaria: casa 3 - aprendiz; casa 7 - companheiro; casa 11- mestre. Pois é exatamente isso o que ocorre. Na casa 3 nós aprendemos, na casa 7 nos relacionamos com nossos companheiros e na casa 11 nos tornamos mestres, na medida em que nossa preocupação é coletiva.
Casas de Água Delineia nossa interioridade. Primeiramente nossa intimidade pessoal (casa 4), depois nossa intimidade compartilhada (casa 8) e por fim nossa intimidade com toda a raça humana (casa 12).
Casas de Terra - Delineia nossa inserção no mundo material. Primeiramente, como recursos pessoais e valores (Casa 2), depois como recursos úteis à subsistência (casa 6) e, por fim, os recursos socializáveis e nossa função na gerência das coisas do mundo (casa 10).